O edifício integra a arquitetura moderna à antiga estrutura do Palácio da dinastia dos Husseinite e mantém acervo considerado um dos mais importantes do mundo.
Levei um susto quando entrei no grande salão do Museu do Bardo, em Túnis. É clean e majestoso.
Considerado um dos mais importantes do mundo, abriga a maior e mais significativa coleção de mosaicos tunisianos, cartagineses e romanos. O edifício, recém-restaurado, claro e luminoso, integra a arquitetura moderna à antiga estrutura do Palácio e oferece ao público um acervo museográfico importante. São três pavimentos, e a cenografia leva o visitante a conhecer a história, acompanhando a cronologia dos fatos e dos temas, toda a História Antiga da Tunísia, da Pré-história à Antiguidade Romana e ao islamismo.
O principal de toda essa coleção são os mosaicos romanos. O melhor é que as enormes composições ocupam paredes inteiras, algumas vezes todo um andar, com divindades, criaturas marinhas, flores, fauna e muitos outros temas; a antiguidade cartaginesa e romana representadas no colorido de cenas mitológicas extasiantes. O Triunfo de Netuno é uma delas. Retrata a divindade com um vasto desfile de criaturas do mar.
Os mosaicos de Dougga, do século 2º, também impressionam. E lá está Netuno novamente, em sua quadriga, imponente. E que olhar…
Netuno, Ulisses, a Odisseia, o poeta Virgílio, sereias, divindades, seres mitológicos, tudo muito bem montado, bem ali na sua frente. A composição de Ulisses, representando um episódio da Odisseia, em que ele se amarra ao mastro do seu barco para poder ouvir as sereias, é muito bonita.
Além dos mosaicos, esculturas e vasos romanos, terracotas, vidros, arte cartaginesa. Tudo instalado em um edifício que, originalmente, era o antigo palácio da dinastia dos Hussainitas, os Beys de Tunís. Obra da arquitetura husseinita, foi transformado em Museu das Antiguidades Nacionais por volta de 1885. Restaurado, foi reinaugurado em 2012.
Visite: MUSEU NACIONAL DO BARDO
De 3ª a domingo, das 9h às 17h. Confirme antes de ir para não perder a viagem.
Meu pitaco
Quando chegamos ao museu do Bardo, fomos assediadas por um monte de vendedores ambulantes que ofereciam de tudo, desde cartões postais até belas bijus berberes. Um deles, um senhorzinho de idade avançada, esperou os demais se dispersarem e veio conversar conosco, muito feliz, porque percebeu que éramos do Brasil, país que ele venera. Para se ter uma ideia do quanto, ele fala um português bem razoável que, segundo nos contou, aprendeu assistindo a canais pagos de TV brasileiros, que ele assinou apenas para acompanhar as coisas que acontecem aqui e, principalmente, assistir aos desfiles de Carnaval. Aliás, seu sonho de consumo é vir passar um Carnaval aqui.
Percebemos que os tunisianos têm muita curiosidade pelo Brasil. Não tem sido muito comum, segundo eles, encontrar turistas brasileiros por lá. Talvez por isso, sempre que percebiam que éramos brasileiras, vinham conversar. O que observamos é que, ao contrário do que ocorre na maioria dos países que visitamos, eles não perguntam logo do Rio de Janeiro, mas de São Paulo (sinal de mudança na percebção do país?). Mais curiosas ainda são as perguntam que vêm a seguir: querem saber do Corinthians e, vejam só!, do Neymar, que eles julgam ser ainda apenas uma promessa de craque.
Consô
