De forma interativa e com muita tecnologia, espaço mostra a história, a cultura e os costumes do sergipano
Um programa obrigatório em Aracaju, para quem quer conhecer mais profundamente o seu povo e sua cultura, é uma visita, sem pressa, ao Museu da Gente Sergipana, inaugurado no final de 2011. Para instalá-lo, foi escolhido um prédio construído em 1926, originalmente, para abrigar o colégio Atheneuzinho, o mais importante do Estado, à época. Pomposo em seu início, o prédio foi perdendo o brilho ao longo dos anos, período em que foi sede de diversas repartições públicas, até ficar totalmente abandonado e em ruínas. Uma trabalhosa restauração, com resultado considerado primoroso, devolveu toda a pompa e majestade ao edifício histórico, que , por si só, já é uma atração.
Com a utilização de recursos de multimídia interativa e concepção artística de Marcelo Dantas (o mesmo que concebeu o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo), o Museu tem por objetivo mostrar e celebrar a identidade do povo sergipano. Ali estão reunidos exemplos de festas regionais, comidas típicas, personagens ilustres do Estado, ecossistema, tudo de forma bem interativa e divertida.
Espaço dos Falares traz palavras com significados só entendidos na região
Em cada seção uma surpresa, um atrativo especial. Muito interessante o Espaço dos Falares, um painel com palavras pouco conhecidas (ou totalmente desconhecidas) das pessoas que não são da terra, ou ainda, palavras que, lá, têm um significado diferente do conhecido em outras regiões. Um exemplo que nem os dicionários trazem é a palavra “junir”. Você imagina o que queira dizer? Pois é, quando crianças nós costumávamos junir nas nossas brincadeiras com bolas, mas você não vai encontrar o seu significado nos dicionários. Junir quer dizer arremessar, jogar com as mãos.
Feirinha do Josevende
Em outra sala é simulada uma feira popular, onde o visitante pode pechinchar com o Josevende, nome do feirante virtual que está ali para “vender” objetos típicos sergipanos, ressaltando suas qualidades, com bastante graça. Na sala da Fauna, em um barco o visitante cruza uma mata por um rio, ambos virtuais, e se maravilha com as belezas naturais da região. A sensação é bem interessante.
No Painel Nossas Coisas, instrumentos necessários para fazer renda de bilro
Carrossel do Tobias gira por praças antigas de Aracaju
Para aprender a fazer algumas das comidas típicas da região, é só ir ao painel Nossos Pratos, ir escolhendo os ingrediente de um determinado prato e ir combinando-os, até chegar à receita certa. Se o interesse for pelos repentes (versos improvisados na hora, muito populares na região), é só chegar até os repentistas, esperar a deixa e cantar a resposta sobre o tema proposto. Tudo isto é gravado e se o visitante quiser, pode mandar o vídeo, na mesma hora, para o YouTube.
Há também o painel da História Sergipana, com todos os figurões que se destacaram no Estado, e o Carrossel do Tobias (réplica do que havia em Aracaju, em 1904) que, à medida que vai girando, os painéis das paredes vão mudando e figuras históricas vão contando suas sagas. Para se integrar e se sentir uma personagem do Sergipe antigo, é só ficar parado em frente a um espelho, que trajes típicos vão virtualmente se amoldando ao seu corpo.
Curtir essas e muitas outras atrações não custa nada. A entrada é gratuita.
O Museu da Gente Sergipana fica aberto de terça a domingo. Nos dias úteis, a bilheteria funciona das 10h às 17h; nos finais de semana e feriados, das 10h às 16h. O endereço é Av. Ivo do Prado, 398 – Centro – Aracaju – SE. O telefone é 55 79 3218-1551 – Site: www.museudagentesergipana.com.br
